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sábado, dezembro 28, 2002
Extra! Extra! Inventaram outra notícia! Uma tal empresa ligada a uma seita religiosa (de loucos, como qualquer seita - e qualquer religião, for that matter) anunciou que nasceu essa semana o primeiro clone humano. A cara de travesti da "cientista" que coordenou o experimento ilustra de maneira contumaz a possibilidade de isso ser verdade. Na coletiva, dava risadas e fazia piadinhas. Parecia brasileira. Impossível levar a sério gente assim. Ainda assim, os meios de comunicação vêm repetindo esse 'furo" ad nauseam nos últimos dias, sempre com aquela suposta "imparcialidade" tão característica da imprensa de nossos dias: tratam de apresentar friamente a notícia, procurando eliminar todo o grotesco e insólito da situação. A notícia ecoou pelo mundo. Até a BBC, que eu um dia já respeitei (e ocasionalmente respeito), entrou na dança.
Ainda que isso tudo seja verdade, e eu queime minha língua - essa mulher precisava ser ridicularizada! Não compreendo o tom impávido com que locutores e repórteres falam e escrevem sobre o assunto.
Pois é, o fato é que os jornalistas - como a maioria dos seres humanos - se dividem em duas categorias: os ingênuos, e os mal intencionados. Ou eles realmente acreditam que aquele ser bestial realizou uma clonagem humana, ou sabem que é lorota mas ainda assim empurram isso goela abaixo de seus leitores/telespectadores, tentando a todo custo vender os frutos mal-feitos de seu trabalho. Seja como for, me causam o mais profundo asco.