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segunda-feira, janeiro 06, 2003
Argumentos-bomba Mais um atentado sangrento em Israel. Os canalhas terroristas disputam a tapa a autoria do atentado. É chocante, revoltante.
Mas revolta ainda mais ver pulularem pela mídia (sempre ela!) nacional e estrangeira explicações para o comportamento absolutamente incompreensível - por qualquer pessoa sadia - desses homens-bomba. Frases-chave e argumentos furados são repetidos à exaustão por jornalistas e estudiosos (double sic), na sua imensa maioria esquerdinhas, na tentativa de justificar o injustificável. Muitos tentam abordar a questão de maneira quase "científica", tentando discursar com uma suposta autoridade sobre a história do Oriente Médio. Não preciso nem dizer que incorrem em miríades de erros sobre o assunto. Dois argumentos parecem estar sempre presente no falatório dessas pessoas. É batata:
- Que os árabes e judeus sempre viveram juntos, na mais absoluta paz e harmonia, durante mil e tantos anos, até que no século passado um judeu europeu chamado Theodor Herzl resolveu levar os judeus perseguidos pela Europa para a Terra Santa, expulsando os pobres "palestinos" que ali viviam desde tempos imemoriais, começando toda a confusão.
- Que os "palestinos", que habitam o território onde hoje se encontra Israel desde tempos imemoriais, são os filisteus (falastin, palestin) das antigas escrituras.
Mentira, e mentira. Os judeus que habitavam (e alguns ainda habitam) os países árabes sempre tiveram que conviver com humilhações e sofrimentos indescritíveis, chocantes até mesmo a judeus europeus que foram para campos de concentração. Sofriam pogroms, espancamentos, eram obrigados a assistir o estupro de suas filhas. O Corão e os hadiths de Maomé ordenam ao governante muçulmano que cobre uma taxa dos judeus, e que obrigue-os a usar um pedaço de pano no braço que os identifique(rings a bell?).
Os judeus jamais pararam, ao longo da história, de habitar o local que chamaram de Terra Santa, ainda que inúmeros povos tenham tentado (e conseguido, diga-se de passagem) dispersá-los pelo mundo. Mas alguns sempre continuaram ali, e outros começaram a voltar muito antes do chamado de Herzl. Já o mesmo não pode ser dito dos "palestinos", que não passam em sua imensa maioria de árabes dos países vizinhos (Síria, Jordânia, Iraque, Egito e Arábia Saudita) e muitos muçulmanos não-árabes (albaneses, beduínos do norte da África e imigrantes do Cáucaso) que começaram a ser levados para lá à medida em que os recém-chegados judeus "ajeitavam" a Terra Santa, e transformavam o que anos de jugo islâmico tinha deixado desolado e deserto em fértil e próspero.
Já os filisteus foram identificados há um bom tempo como povos vindos do Mar Egeu - ou seja, gregos antigos, pré-invasão dória, chamados frequentemente de micênicos - os chamados "Povos do Mar" das crônicas egípcias que em determinado momento da história antiga foram impelidos a atacar e saquear povos e cidades da região - entre elas uma Tróia, cujo saque foi eternizado pelo primeiro grande artista da humanidade, Homero. Quem começou a chamar o lugar de Palestina foram os romanos, quando arrasaram uma revolta de judeus no primeiro século de nossa era, na tentativa de acabar com qualquer vínculo da região com os judeus - batizando a terra de Canaã com o nome de um povo que nem mesmo existia mais.
Esses argumentos que citei acima, em negrito, são tão suicidas quanto os homens-bomba do Hamas, Fatah, Jihad Islâmica ou qualquer outra dessas organização de assassinos. E tão errados quanto a motivação destes loucos. Mas as pessoas que os usam tiveram seus cérebros tão lavados quanto a pobre população "palestina", massa de manobra de alguns dos líderes mais pulhas que o Oriente Médio, lugar pródigo em governantes canalhas, já teve.
Recomendaria a essas pessoas a leitura de um livro. From Time Immemorial, da jornalista americana Joan Peters (até que enfim um representante da profissão que merece meu elogio!). Mas a grande maioria deles não sabe ler - se lê, lê mal. E mesmo se lesse, chamaria a mim e a Ms Peters de "sionistas", "fascistas", ou algo do tipo. Ainda volto ao assunto.