quinta-feira, junho 12, 2003

Inversão de valores?
Tony Martin, um fazendeiro inglês de 58 anos, flagrou um dia dois ladrões invadindo sua propriedade. Não teve dúvidas, sacou sua espingarda e acertou os dois filhos de uma meretriz. Um, graças ao todo-poderoso Senhor, morreu; outro, infelizmente só ficou ferido. Ambos tinham um criminal record de dar inveja a qualquer bandido brasileiro; o maldito que morreu, de apenas 16 anos, tinha 29 condenações, entre assaltos e agressões, o seu comparsa, que ficou apenas ferido, 30. Fair enough, qualquer pessoa de bom senso pensaria. Ele deve ter aprendido sua lição, depois de tomar um tiro de .12, ou sei lá que arma Tony-boy tinha. No entanto, o que aconteceu foi o seguinte: o sr. Martin foi condenado à prisão perpétua, enquanto o ladrão sobrevivente recebe dinheiro e auxílio do Estado para condená-lo. Depois de apelar, Tony conseguiu reduzir sua pena de perpétua para a possibilidade de sair depois de "apenas" 4 anos, por manslaughter, algo que marcará de maneira indelével sua ficha criminal - muito mais do que os 30 crimes do sujeito que ele baleou. 4 anos se passaram, no entanto, e ele não saiu, pois recusou-se a se dizer arrependido pelo crime que cometeu.
Tenho medo de pensar no Brasil, onde boa parte dos conhecidos meus - e a maioria da imprensa, esquerdinha que só ela - acha que o crime é justificável pelo "estado de pobreza" em que uma soi-disant maioria supostamente vive. Pobreza, claro, eis aí a raiz do motivo. Deve ser por isso que a Índia tem tantos "sequestros-relâmpago", não?
É gente assim que faz o século XXI, apesar de todos os avanços tecnológicos, ser a pior época da história da humanidade para se viver.

posted by Blógico | 10:36 AM |