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sábado, julho 31, 2004
Súditos das colônias De acordo com a Agência Brasil, cuja existência eu desconhecia completamente, o presidente Lula está em visita ao Gabão, país africano cuja existência a maioria das pessoas que não nasceram nele desconhece completamente. "Lula lembrou que o Gabão contribuiu para a formação cultural brasileira "com a alegria de seus ritmos, a beleza da dança e a habilidade artística de suas mãos". O presidente disse ser um privilégio visitar o país que foi um dos 'berços' da nação brasileira."
Vivemos tempos curiosos. A política externa do Lula, por exemplo, é intrigante. Há uma espécie de imperialismo às avessas sendo posto em prática. Em vez dos líderes de países pobres como o Brasil se curvarem diante de colônias poderosas, e beijarem a mão de soberanos estrangeiros, poderosos e arrogantes, tal como fizeram nos terríveis tempos d'antanho, o babado hoje em dia é puxar o saco dos países mais miseráveis do mundo, e beijar a mão de seus ditadores, corruptos e arrogantes, em suas decrépitas capitais, na esperança de que eles nos vejam como seus líderes. A velha crença da esquerda brasileira de que nosso destino é representarmos no mundo a voz dos mais fracos. Dos oprimidos. Brasil, o eterno líder dos descamisados. Ou seja - deixamos de ser colônia, e eles querem nos livrar do imperialismo, para que possamos ter nosso próprio império. Mas o que acaba ocorrendo, aparentemente de maneira completamente alheia às cabecinhas de formiga dos barbudos do barulho é que, ao julgar livrar-nos do jugo dos opressores poderosos do G-7, nossa Miss Simpatia barbuda acaba é nos conduzindo exatamente a outra forma de escravidão.
Não sei vocês, mas eu prefiro ser um súdito do Marquês de Pombal, ou da Rainha Vitória, que do Fidel Castro ou do presidente do Gabão.
(escrito no dia 28/07)