blogico
blogico


O Acidental
Agonizando
Anjos e Demónios
O Barnabé
Basilisco
Cabo Raso
carnavalesca
cartas do atlântico
Cataplum
Catarro Verde
Cerveja blog
chá das cinco
Claudio Humberto
Contra a Corrente
De gustibus non est disputandum
Diacrônico
Direita
Eduardo Carvalho
O Espectador
Filthy McNasty
Foretells
FYI
Gávea
H Gasolim Ultramontano
Homem a Dias
Janer Cristaldo
jardim de alhures
Jorge Nobre
JPCoutinhoCOM
Mark Steyn
marola
miniscente
Na cara do gol
Nariz Gelado
Not Tupy
Nove de Copas
Pensamentos Imperfeitos
Politicamente Incorreto
puragoiaba
Reinaldo Azevedo
Resistência
Rodrigo Constantino
Rua da Judiaria
As semanas
sic
Os suspiros de Salvador
A Torre de Marfim
A Última Ceia
Wunderblogs
Yabbai




e-mail
use moderadamente












Rafael/Male/26-30. Lives in Brazil/São Paulo/São Paulo/Itaim, speaks Portuguese and English. Uses a Faster (1M+) connection. And likes History/Arts.
This is my blogchalk:
Brazil, São Paulo, São Paulo, Itaim, Portuguese, English, Rafael, Male, 26-30, History, Arts.



domingo, agosto 08, 2004

Marg bar Amrika!
É assustador observar a intensidade insana com que algumas pessoas aqui no Brasil, inclusive muitos amigos meus, têm manifestado abertamente seu ódio aos Estados Unidos e aos americanos. Claro, enquanto, paradoxalmente, adotam com mais e mais voracidade valores e costumes de lá. A se julgar pela opinião dessas pessoas - muitas delas nunca tendo sequer conhecido pessoalmente um americano - os "iânques" seriam todos pessoas terríveis, caipiras arrogantes, racistas, burros e folgados com enorme desprezo qualquer pessoa ou coisa estrangeira, descrição que, curiosamente, não pôde ser aplicada a nenhum americano (a, como não!) que eu tenha conhecido ao longo de minha vida. Criticam com a maior naturalidade os americanos por terem uma suposta falta de educação e cultura, e um "provincianismo", tentando impingir nos gringos qualidades que poderiam perfeitamente ser aplicadas a nós mesmos, e a tantas outras nacionalidades pelo mundo afora. Mas claro, "nós, enquanto terceiro mundo", temos sempre desculpa para ser assim - afinal, fomos e ainda somos explorados, saqueados, humilhados pelos países poderosos. Há sempre uma resposta na ponta da língua em meio à espuma hidrófoba do ódio.

Tentar lembrá-los da óbvia influência cultural que os americanos exercem - irreversivelmente, diga-se de passagem - sobre o mundo para eles é inútil; ressaltar a importância dos vários legados que a "civilização americana" deixou ao mundo é impossível. Tudo dos EUA é visto como digno de ser esculhambado, de maneira vulgar e superficial, por qualquer um, sem qualquer análise crítica. É um pouco como ver, over and over - ad nauseam - aquele sketch do Monty Python na Vida de Brian sobre as vantagens que os romanos trouxeram para a Judéia. Depois de um tempo perde a graça.

E tudo isso é absolutamente inexplicável. É um ódio irracional. Essas pessoas odeiam os EUA simplesmente por odiar, não há uma motivação racional por trás deste ódio. Tenho quase certeza que a motivação que faz suas bocas proferirem tais sandices são as mesmas que levaram as mãos de alguns alemães a fazerem o que fizeram na Kristallnacht. Como se o que leva algumas pessoas a odiar tanto, e tão sem motivo, os americanos venha desse mesmo instinto básico que talvez tenhamos, e aos quais os mais fracos de espírito ocasionalmente sucumbem, aquele mesmo instinto que fez com que por exemplo os alemães trucidassem os judeus, e que faz com que tantos outros povos odeiem-se uns aos outros desde tempos imemoriais. Alguma necessidade primeva, obscura do ser humano de direcionar seu ódio, seu instinto de destruição, a algum bode expiatório em particular.

Somos seres repulsivos. Bom, alguns de nós são, pelo menos.

Placeholder footer data here. Powered by Blogger!