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quarta-feira, outubro 13, 2004
Nações Unidas empregam terroristas do Hamas Foi o que admitiu no último dia 4 Peter Hansen, o diretor-geral da UNRWA - United Nations Relief and Works Agency - agência que cuida dos "refugiados" palestinos em Gaza e na Cisjordânia:
"I am sure that there are Hamas members on the UNRWA payroll and I don't see that as a crime... we do not do political vetting and exclude people from one persuasion as against another."
Tenho que certeza que nessa era de eufemismos pouca gente notou algo de errado aí. Not me. Chamar a proibição de integrantes de gangues armadas que praticam ataques a pessoas inocentes de trabalhar para a ONU de um simples "veto político" e "exclusão de pessoas de uma determinada inclinação política" é um pouco além de todos os limites toleráveis.
Pouca repercussão foi dada sobre isso na imensa maioria dos meios de comunicação (nenhuma nos brasileiros). Tive que achá-la aqui neste site, e lá achei esse equivalente brasileiro, que também vale a pena ser lido pra saber o que perdemos nesse país em que dois ou três jornais e canais de TV de quinta categoria determinam o que você vai saber e o que não vai.
Foi lá, aliás, que descobri uma história curiosa: esta foto aí do lado, que praticamente "causou" a última Intifada palestina quando saiu no New York Times no ano 2000, não retratava um palestino ensaguentado após ter apanhado do soldado israelense, mas precisamente o contrário - um judeu que acabara de ser espancado por palestinos que fugiam no momento da foto, afugentados pelo soldado. O mais engraçado é que diversos grupos palestinos e anti-Israel em geral usam até hoje a foto em sites e cartazes.
A ajuda que atrapalha
Sobre os tais "refugiados", estou curioso: será esse um título hereditário? Um filho de refugiado continua a ser um refugiado? E um neto? É impossível que muitas - a maioria absoluta - das pessoas que habitam esses campos onde a ONU atua já tivessem nascido há 60 anos, quando ocorreu a criação do Estado de Israel - consequentemente, muitas - a maioria - dessas pessoas já nasceram e foram criadas em Gaza e na Cisjordânia. Logo, são refugiadas de quê? Parece pouco razoável que alguém que nasceu em um determinado lugar se diga natural de outro, apenas porque seu avô ou bisavô teria um dia morado lá. Perpetuando o status de refugiado de inúmeras pessoas, essa agência da ONU acaba fazendo mais mal do que bem a elas, mantendo elas neste "limbo" permanente e agravando assim de maneira inconsequente o problema (atualmente o número já está em quatro milhões de pessoas). É tão óbvio que esses "refugiados" estão sendo usados descaradamente, tanto pelas organizações palestinas quanto pelos países árabes (que nunca quiseram aceitá-los, diga-se de passagem), como arma de propaganda contra Israel, com a conivência da ONU - e tudo isso pago com o dinheiro das democracias ocidentais.