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quarta-feira, novembro 03, 2004

A verdadeira revolução islâmica
Mais uma da tal "religião de paz": militantes muçulmanos mataram um diretor de cinema holandês, tatara-tarara-não-sei-quantos-tara-neto do Van Gogh, que dirigiu um filme (ruim, provavelmente) esculhambando o tratamento humilhante dado às mulheres no Islã.

Estamos presenciando um momento único no mundo; uma das maiores religiões do mundo está doente, em pleno apodrecimento; talvez a situação tenha alguma semelhança com o que se passou no ocidente, e com a religião cristã, no fim da Idade Média, manchada pela Inquisição e outros tantos absurdos, antes que o maravilhoso legado do Humanismo e do Iluminismo colocasse padres, bispos e papas em seus devidos lugares, transformando para sempre a história da humanidade. É disso que o mundo islâmico precisa: uma mudança interna e derradeira, que possibilite a coexistência do praticante da religião com um mundo moderno, não mais dominado pelas circunstâncias primitivas e dilemas arcaicos de quando os Livros Sagrados destas religiões foram escritos. O Islã precisa urgentemente acabar com alguns dogmas, oficiais ou não, que acabaram por amarrá-lo completamente a um mundo pré-medieval que não existe mais, e que impediram esta evolução que aconteceu na maioria das outras religiões. A idéia de que um livro contém afirmações dogmáticas (muitas delas incoerentes no mundo de hoje, ou simplesmente burras mesmo) que têm de ser seguidas à risca e não podem ser jamais contestadas, questionadas, ou sequer discutidas, parece pouco apta a sobreviver nos próximos séculos. Há ainda no mundo islâmico uma insistência persistente em um anti-semitismo e numa misoginia que beiram o irracional; e, o pior de todos os aspectos desta religião - pelo menos para um olho ocidental, de criação judaico-cristã, como eu: uma inclinação imatura, selvagem e congênita à violência. Enquanto não aparecer um Gandhi, algum líder que pregue a não-violência como tentativa de solução de problemas no mundo islâmico, não vejo os povos submetidos ao jugo terrível de Maomé saindo algum dia desta condição terrível em que se encontram.

Outro dia, na TV inglesa, os participantes de um debate exatamente sobre este assunto assistiram incrédulos às manifestações de dois participantes muçulmanos - estudantes universitários, nascidos e criados no próprio Reino Unido e portanto devidamente "ocidentalizados" - defenderem o direito deles de "shut up" (leia-se "matar") qualquer pessoa que ofendesse (ou mesmo contrariasse, segundo um deles) tanto o profeta de sua religião quanto o livro sagrado onde este profeta transcreveu as palavras de Deus. Defenderam, entre outras coisas, a sentença de Khomeini que condenou o escritor Salman Rushdie à morte. A platéia inteira entrou em absoluto estado de choque diante de tão ousada demonstração de insânia e idiotice, especialmente em pessoas aparentemente normais, e apesar da insistência do apresentador bobalhão em mudar de assunto - para não ofender, claro, os espectadores mais politicamente-corretos que não poderiam ou não gostariam de ver que o Islã não é uma religião tão "de paz" assim - o mal-estar foi criado e os tais indivíduos acabaram sendo condenados ao ostracismo durante o restante do programa. Não são fatos isolados, nem pessoas desinformadas; pelo contrário, a tolerância com essas idéias tresloucadas é uma constante que se repete por todo o espectro de classes sociais, faixas etárias e níveis de cultura nas sociedades muçulmanas (e mais frequentemente entre os árabes). E não se tratam tampouco de "pequenas diferenças culturais", como diversos entusiastas do multiculturalismo podem querer fazer que acreditemos; certos atos são (ou deveriam ser) repudiados uniformemente por qualquer ser humano que se diz civilizado, independentemente de religião, inclinação política ou condição social. Degolar outros seres humanos, explodir pessoas inocentes e arremessar aviões contra prédios estão entre eles. Alguns acusam, por exemplo, o desespero da situação dos palestinos como a motivação para que muitos deles se voluntariem para o "martírio" em terras israelenses; nada poderia estar mais longe da verdade. Duvido que qualquer povo do ocidente, submetido às mesmas condições que os palestinos têm estado desde a criação do Estado de Israel (ou mesmo a condições muito piores), admitiria que quaisquer pessoas, agindo em seu nome, explodissem crianças, mulheres e idosos do inimigo, e ainda fossem glorificadas por isso. Uma sociedade não só permite como louva tais atos de crueldade e barbárie tem algum problema sério, alguma maladia terrível no âmago de seu ser. Em algum ponto da história, todos fomos capazes de fazer tais coisas; não o somos mais. E é preciso que aconteça com os muçulmanos o que quer que aconteceu conosco para que tais atos se tornassem intoleráveis para nós. O mundo islâmico está vivendo um momento único; como ele se sairá, é impossível prever. Pode tanto estar vivendo o seu ocaso, à beira de um grande abismo do qual jamais se reerguerá, tal ocorreu com tantas outras durante a breve caminhada do homem, quanto estar prestes a viver uma grande revolução que o transformará pra sempre numa das grandes forças espirituais e civilizatórias da Humanidade.

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