blogico
blogico


O Acidental
Agonizando
Anjos e Demónios
O Barnabé
Basilisco
Cabo Raso
carnavalesca
cartas do atlântico
Cataplum
Catarro Verde
Cerveja blog
chá das cinco
Claudio Humberto
Contra a Corrente
De gustibus non est disputandum
Diacrônico
Direita
Eduardo Carvalho
O Espectador
Filthy McNasty
Foretells
FYI
Gávea
H Gasolim Ultramontano
Homem a Dias
Janer Cristaldo
jardim de alhures
Jorge Nobre
JPCoutinhoCOM
Mark Steyn
marola
miniscente
Na cara do gol
Nariz Gelado
Not Tupy
Nove de Copas
Pensamentos Imperfeitos
Politicamente Incorreto
puragoiaba
Reinaldo Azevedo
Resistência
Rodrigo Constantino
Rua da Judiaria
As semanas
sic
Os suspiros de Salvador
A Torre de Marfim
A Última Ceia
Wunderblogs
Yabbai




e-mail
use moderadamente












Rafael/Male/26-30. Lives in Brazil/São Paulo/São Paulo/Itaim, speaks Portuguese and English. Uses a Faster (1M+) connection. And likes History/Arts.
This is my blogchalk:
Brazil, São Paulo, São Paulo, Itaim, Portuguese, English, Rafael, Male, 26-30, History, Arts.



sexta-feira, junho 24, 2005

L'etique, c'est moi
"Ninguém tem mais autoridade ética do que eu para combater a corrupção". Yeah, right. A modéstia também parece ser uma das tantas qualidades de Sua Excelência. Quão adequado para o operariozinho humilde, de vida sofrida, em quem a maioria dos brasileiros acreditava estar votando! (Curioso que isso venha também de um sujeito que, mesmo sendo presidente do Partido dos Trabalhadores não teve um steady job - ou nenhum emprego, for that matter - por 20 anos, e se aposentou muito mais jovem do que a maioria dos brasileiros.)

Enquanto Lula está por aí, ostentando essa sua "autoridade ética", os escândalos vão pipocando. E não é de hoje; nesta matéria de um ano atrás, a Istoé Dinheiro informava sobre os misteriosos "cartões de crédito do planalto", cartões corporativos em nome de funcionários do palácio que eram (e devem continuar sendo) usados por altos figurões do governo, como o ex-guerrilheiro e sequestrador José Dirceu (e agora ex-Chefe da Casa Civil, Alá seja louvado), para estadias em hotéis de luxo e, seguramente, otras cositas más.

Ao mesmo tempo, o inchaço dos gastos com o gabinete de Sua Sumidade Ética só vem aumentando; enquanto Fernando Henrique gastou aproximadamente 76 milhões de reais em 2002, último ano do seu governo, Lula havia gastou 318 milhões em 2003 e a revista previa um gasto de 372 milhões até o fim de 2004. A festa, claro, precisava de mais gente, e foi o que o ético Lula fez: contratou funcionários: se durante o governo de Itamar Franco 1800 funcionários trabalhavam no Palácio do Planalto, número que desceu durante o governo de Fernando Henrique para 1100, Lula já tem mais de 3000 pessoas - quase o dobro - trabalhando para ele no Palácio. Com um decreto, Lula aumentou o número de "assessores especiais diretos" de 27 para 55. O que farão esses aspones? Presumo que o presidente, embora tão abençoado com uma autoridade ética irrepreensível e inquestionável, não foi igualmente dotado de uma educação satisfatória, e consequentemente ainda precise de muita gente para ajudá-lo a realizar tarefas que exijam uma capacidade intelectual superior àquela necessária para operar um torno mecânico, ou distribuir o tesouro nacional entre membros do PT.

---------------------

A Istoé Dinheiro, curiosamente, ainda conta que "procurados insistentemente pela DINHEIRO ao longo da semana, assessores do Planalto, da Secretaria de Comunicação, da Casa Civil e o porta-voz presidencial não responderam as questões formuladas pela reportagem". Confesso que não acompanhei o desenrolar da história. Mas me parece curioso que gente que supostamente "lutou contra a ditadura" adote posturas tão ditatoriais como a de se recusar a prestar contas para a imprensa sobre um assunto tão grave.

Talvez boa parte do problema esteja em Brasília - e não, não me refiro à arquitetura. Brasília foi um dos grandes erros brasileiros; deu de presente aos políticos um mundinho onde eles podem se isolar, se esquivar facilmente de perguntas e situações desconfortáveis. Não são obrigados, como por exemplo um MP britânico saindo do Parlamento ou o primeiro-ministro em Downing Street, a encarar a opinião pública todo santo dia, ao sair de casa, ao chegar no trabalho, ao sair do trabalho, e ao chegar finalmente em casa. Alie a isso uma mídia que, quando não é ingênua e estúpida é, no mínimo, conivente, e temos isso tudo que tá aí.

Placeholder footer data here. Powered by Blogger!