terça-feira, julho 19, 2005

Onde tudo começou
Fala-se muito que o parisiense é rude com os estrangeiros, mas em termos de falta de educação o lisboeta ganha do resto do mundo, e de goleada. E não são apenas os anônimos estressados, correndo em seus agitados cotidianos, que ostentam orgulhosos suas rudezas na cara do visitante, mas até mesmo pessoas que deveriam ter como obrigação tratar bem os outros, como garçons e atendentes de hotel (já nem menciono taxistas, que são a escória da escória no mundo todo). Ouvir um "bom dia" ou um "obrigado" é quase tão raro quanto encontrar andando no centro de Lisboa uma garota bonita que não seja turista.
Impressiona também a quantidade de mendigos, loucos, bêbados e toda sorte de gente repulsiva em geral, vagando pelas ruas e incomodando os transeuntes. Certa vez, flanando pelo Chiado, confesso que me senti por alguns instantes em algum buraco do terceiro mundo como Bombaim, Goa, ou Rio de Janeiro - até ser retirado de minha ilusão pela arquitetura fantástica ao meu redor. A meu lado, ciganos pediam dinheiro a quem passava, uma velha bêbada tentava insistentemente vender uma revista, e logo mais adiante um gordo com um imenso rasgo na calça mostrando sua bunda peluda catava bitucas de cigarro e esvaziava-as dentro de uma embalagem de tabaco, sendo observado por um sujeito com imensos e repulsivos tumores na face.

Bastam umas voltas pelas ruas de Lisboa para que se perceba o quanto falta para Portugal poder se considerar parte da Europa. Aliás, para bem ou para mal, ao se conhecer um pouco Portugal pode-se perceber muitíssimo bem a origem de muita coisa do Brasil.

posted by Blógico | 5:46 PM |