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Rafael/Male/26-30. Lives in Brazil/São Paulo/São Paulo/Itaim, speaks Portuguese and English. Uses a Faster (1M+) connection. And likes History/Arts.
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terça-feira, setembro 27, 2005

Trippin'
A matéria da última revista Trip sobre o desarmamento é de uma parcialidade estúpida, e de um primarismo inconsequente (e olha que gosto da revista - claro que, como qualquer homem normal, muito mais pelas mulheres fantásticas que adornam suas páginas que pelos textos e entrevistas em si); para combinar bem com o tom politicamente correto que seus repórteres modernetes têm que assumir, um sujeito que vende armas para sequestradores e bandidos é mostrado como uma espécie de Robin Hood, um coitado que, oprimido por - nas palavras dele mesmo - não ter dinheiro para frequentar uma universidade, foi obrigado a entrar no ramo de venda ilegal de armas (como se uma das consequências naturais da pobreza fosse realizar atividades ilegais, e essa pobreza de alguma maneira justificasse ou legitimasse essas atividades). No outro lado do espectro, a reportagem mostra Marina, uma jovem paulistana cujo pai é um colecionador de armas, que se opõe ferrenhamente à proibição das armas. Marina e o pai são mostrados de maneira caricatural, e claro que uma oportuna associação deles com a TFP é logo desenhada - como se todo mundo que se opusesse ao desarmamento pertencesse à organização, ou mesmo como se pertencer à essa organização - da qual confesso conhecer muito pouco - fosse algo necessariamente ruim.

A reportagem ainda comete erros de raciocínio e simplificações grotescas da realidade, como por exemplo num determinado momento em que se comenta que os crimes a mão armada vêm diminuindo consideravelmente no bairro onde o primeiro entrevistado mora, Jardim Ângela, uma das favelas mais miseráveis de São Paulo. O que isso quer provar? Que graças a pessoas como o heróico traficante de armas o crime lá diminuiu? Não faz sentido algum. O repórter só "se esquece" de dizer que, se isso realmente ocorreu, é simplesmente porque os crimes realizados por habitantes do Jardim Ângela - sequestros, assaltos, sequestros-relâmpago - simplesmente não podem ser realizados no bairro, já que visam bacanas com grana como Marina e seu pai, que tanto o favelado entrevistado quanto os repórteres da Trip odeiam. Seria interessante que a reportagem mostrasse alguma espécie de estatística sobre quantos crimes cometidos por moradores do Jardim Ângela foram realizados durante o mesmo período de tempo onde houve essa suposta diminuição de violência dentro do bairro.

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