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Rafael/Male/26-30. Lives in Brazil/São Paulo/São Paulo/Itaim, speaks Portuguese and English. Uses a Faster (1M+) connection. And likes History/Arts.
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domingo, outubro 23, 2005

Alguns pontos sobre o referendo
O grande problema do pessoal do "sim" (incluindo aí os incansáveis atores e atrizes da Globo) é imaginarem que a sua realidade classe-mediazinha Rio-SP pode ser estendida ao resto do país. Claro que ter uma arma em casa pouco pode ajudar alguém numa das grandes capitais brasileiras, e acaba sendo um risco em potencial - mas o mesmo pode ser dito de um sujeito que tem um sítio no meio do nada, a quilômetros de distância da delegacia mais próxima, correndo o risco de ter sua propriedade invadida tanto por bandidos autônomos quanto por bandidos "do governo" (MST e tal)? "Ah, mas o estatuto prevê que essas pessoas poderão ter armas..." Prevê uma ova. O estatuto prevê sim que a polícia federal (leia-se governo federal) concederá permissão especial para que algumas pessoas possam tê-las - mas qual será o critério por trás dessas "permissões"?

É ainda de uma ingenuidade absurda - tão grande que chega a ser impossível de crer que alguém realmente a possua - achar que crimes passionais ou cometidos no calor de uma discussão vão cessar, ou mesmo diminuir, com a proibição de armas. Como se o marido furioso ou o bêbado inconsequente fossem miraculosamente abrir mão de seus instintos assassinos somente porque não têm uma arma de fogo a mão, e ignorar as facas, cadeiras, canos e barras de ferro ou mesmo punhos que vêem diante de si no momento de cólera - instrumentos esses que, aliás, vêm sendo usados há muito mais tempo para cometer assassinatos do que a pistola ou o revólver.
Além disso, essas "almas boas" parecem se esquecer de que uma imensa parte dos assassinatos que não têm relação com latrocínios foram cometidos com armas que continuarão legalizadas mesmo com a vitória do "sim", pois seus proprietários são pessoas que continuarão perfeitamente autorizadas a portá-las (policiais, carcereiros, seguranças e outros tantos idiotas desequilibrados que abundam por aí).

E o pior é ter que ouvir a delegada Fulaninha de Tal, com sua cara de pau, aparecendo na propaganda do "sim" na TV perguntando "bandido não compra arma em loja, mas quem vende pra bandido compra onde?" Minha senhora, crie vergonha nessa sua cara horrorosa: você acha mesmo que tem alguém no Brasil que ainda não sabe que quem vende pra bandido são vocês da polícia?

Claro que eu já ia me esquecendo do principal: esse referendo é uma grande palhaçada. Vai solucionar pouco do problema absurdo de violência do qual padece o Brasil, e ainda por cima está consumindo centenas de milhões de reais que poderiam ser usados para, entre outras coisas, equipar e preparar as polícias das grandes cidades brasileiras. Não que isso importe pro governo, já que uma melhor cortina de fumaça do que essa para os escândalos de corrupção do governo não poderia existir.

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