This is my blogchalk: Brazil, São Paulo, São Paulo, Itaim, Portuguese, English, Rafael, Male, 26-30, History, Arts.
domingo, maio 06, 2007
Os tabajaras tentam compreender o mundo Se é praticamente impossível encontrar um analista político que comente a política brasileira com um mínimo de inteligência na nossa imprensa, o que esperar dos tapados que infestam as redações brazucas ao comentar a política de outros países?
Sobre os EUA, por exemplo: é de perder as esperanças. É sempre a mesma ladainha, aquele costumeiro festival de Bush-bashing que faria o até o mentiroso patogênico do Michael Moore ruborizar. Quase sempre se utilizando de exageros e falácias pra descer o pau no caipirão, claro.
Agora deram pra falar da França, depois dessa última eleição. De repente virou o assunto do momento; todos entendem do assunto, pessoas que até o mês passado nunca tinham ouvido falar da bela Segolène. Mas o pior é que muitosdeles insistem na patuscada de que Sarkozy seria um fascista enfurecido, racista e com um programa anti-imigração magrebina, blá-blá-blá. Ainda ressaltam, com uma "ironia" apalermada no canto do texto, que o próprio Sarkozy é descendente de imigrantes. Mentes pueris, imersas irremediavelmente na letargia do politicamente correto importado do pior que a imprensa americana tem pra oferecer, confundem a oposição à imigração ilegal e à repressão a foras-da-lei com a xenofobia, com a oposição irracional a qualquer forma de imigração. Padecem de uma miopia tresloucada, que lhes impede de discernir a oposição de qualquer pessoa minimamente racional nos EUA à invasão desmesurada de imigrantes, ou o apoio à construção de uma fronteira física que os impeça de cruzar diariamente pro território americano, com racismo e preconceito.
No raciocínio tabitate dessa gente, se opor a hordas de chicanos (muitos deles criminosos fugindo de seu país de origem) invadindo o seu país sem autorização para usar hospitais e escolas públicas, sem pagar um puto de impostos é o mesmo que odiar todo e qualquer latino. Chamar de canaillea um bando de marroquinos e argelinos cuja idéia de diversão é tacar fogo nos carros de outras pessoas e arremessar pedras contra a polícia é o mesmo que chamar de canalha a toda a comunidade estrangeira de Paris.
Burrice, em todos os escalões, é o que não falta no Brasil; o nosso diferencial é que aqui ela vem sempre disfarçada de boas intenções. A identificação do burro brasileiro com qualquer vítima é total, ainda que esta "vítima" na verdade seja ela própria a causadora de problemas.